sexta-feira, 29 de abril de 2016

Volta sol...

É difícil lidar comigo
A solidão me assombra
Parece estar sempre a espreita esperando eu me distrair
Podem haver mil pessoas comigo
Ainda sim me sinto sozinha.
A maternidade piorou isso
São tantos compromissos, tarefas, obrigações que as vezes não me enxergo no meio disso tudo
Quando eu casei achei que nunca mais sentiria isso, pena que não foi verdade.
estava casada e sozinha.
Toda a responsabilidade da manutenção da nossa família era só minha. E isso cansa.
Me sentia além de sozinha, sobrecarregada.
Hoje fazem 14 meses e 12 dias que me deparei e ainda é tudo muito complicado.
Tudo o que diz respeito ao cuidado do meu filho eu continuo fazendo sozinha.
E eu sinto uma falta danada de ser casada!
Sinto falta do afeto, da companhia,
Das noites frias em que encontrava abrigo no peito do outro e buscava forças pra continuar a caminhar.
Mas tudo se perdeu meio as traições.
A infinita presença da outra.
Ela não só ocupava minha cama quando eu não estava, ela ocupava o coração do meu amado mesmo quando quem se fazia presente era eu.
Enquanto eu bastava todo o meu tempo e pensamento buscando meios de tornar a nossa vida melhor e mais confortável ele queria ela e o que ela tinha a oferecer a ele. Uma vida de liberdade, sem compromisso, sem hora, sem regra, sem contas, só o corpo magro e leve de quem não carrega nada consigo além de uns bons sonhos.
Não havia como competir, tudo o que eu me tornei ao ser mãe era pesado demais pra o rapaz com quem eu havia me enlaçado. Triste. Muito triste. Mas comum.
Muito mais comum do que qualquer fim que eu pudesse criar pra nossa história.
E assim eu vim embora.
Depois de 2 anos de casados, com um filho prestes a completar seu 2 ano de vida e uma mala cheia de sonhos frustrados.
Desde esse dia, não tenho mais muitas alegrias, mas venho buscando encontrar a paz e o equilíbrio necessários para continuar a jornada.

Ainda isso vai dar? Não faço ideia.
Mas nesse dia cinza, chuvoso e frio, sinto todos os fantasmas de solidão me assombrada. É como uma sinfonia silenciosa de vazios intransponíveis.
Nada cabe, nada serve, nada acalma.

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